Comportamento Servidor: o caso do The Platters

A experiência de recuperação de serviço relatada no artigo anterior (Empresa servidora: o caso do Teatro Riachuelo, 29/07/2011) ficou completa com a participação da banda The Platters. Dado o atraso de 2 horas, como proceder diante de uma plateia cansada, desconfortável e já com sono (o show teve início às 23h)?

Imaginar que o atraso no vôo poderia deixar os artistas cansados é algo perfeitamente possível – e compreensível! Pensar que falhas no som (afinal não tiveram tempo para ajustar o som) poderiam se fazer presente era outra realidade factível. Deixar que o sono atrapalhasse a capacidade de assistir e se deleitar com as canções era outra possibilidade provável.

Eis que, ao iniciar o show, os artistas adentram o palco, sorridentes, muito bem vestidos, e em harmonia visual que deixa muita banda atual parecendo qualquer coisa menos um grupo de profissionais.

Logo após a primeira música, o líder da banda, BJ Mitchel, desculpou-se, mas logo fez brincadeira afirmando que a culpa havia sido do vocalista líder Gene Van Buren. Ou seja, reconheceu e assumiu parte da responsabilidade, manifestou respeito e sentimento pelo transtorno causado, mas, ao brincar com o colega, passou uma mensagem de “vamos ao que interessa que é aproveitar a noite.  Clareza na comunicação e respeito.

Apesar do uso da língua inglesa – fizeram uso apenas de algumas expressões de saudação, e uma ou outra palavra em português – a integração com a plateia constituiu ponto forte do show, tendo seu momento mais intenso quando convidaram ao palco jovens espectadores para, com eles, dançarem rock. Energia contagiante!

Em dois momentos os músicos desceram do palco e se aproximaram de fãs para dançarem e cumprimentarem. Puro exercício de respeito, simplicidade e calor humano – algo ressaltado pelo líder como uma característica marcante do povo brasileiro. Praticaram, assim, a tão desejada empatia, sobretudo estando no Brasil.

O profissionalismo e humildade demonstrados pela banda é algo que chama atenção. Não se viu os artistas, em nenhum momento, demonstrar algum tipo de irritação, tristeza ou distanciamento do público. Até nos momentos iniciais, quando o som não estava em funcionamento adequado, eles sinalizavam as falhas para a equipe de apoio, mas mantendo o ritmo e postura profissional.

Sem contar no show à parte do líder da banda ao fazer algumas peripécias físicas, como dar um salto solto em pleno palco.

Por fim, nos momentos finais da apresentação, colocaram-se, TODOS, à disposição dos fãs mais próximos para sessões quase intermináveis de fotografia.

O show encerrou por volta de 00:30 – alguém reclamou da hora?

Parabéns ao The Platters!

Enfim, quem gosta do estilo de música do The Platters viu um show musical. Quem gosta de profissionalismo e respeito, assistiu a uma verdadeira aula prática de comportamento servidor.

Este e outros artigos sobre serviços estão disponibilizados no Blog de Kleber Nóbrega (www.klebernobrega.wordpress.com) e seu autor pode ser contatado através do email: kleber@perceptum.com.br

Gene Van Buren, vocalista lider da banca, se abaixando para participar junto ao público presente ao show
BJ Mitchel, lider dos The Platters, cumprimentando a plateia enquanto canta

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