Este artigo faz parte da série “escolas de estratégia” e é o sétimo de um total de 12.
Estratégia é algo que se possa aprender? É algo para qualquer um? Ou deve ser pensada e tratada como algo que cabe, e é alcançada, por alguns pouco “iluminados”?

Nesta série de artigos apresentamos cada uma das escolas de estratégia, conforme o livro “Safari de Estratégia” de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel, no clássico livro “Safari de Estratégia” (Figura 1). Neste sétimo artigo discorremos sobre a Escola da Aprendizagem.
A essência da Escola da Aprendizagem consiste em considerar que, devido à complexidade dos fatores que se apresentam ao estrategista, e considerando as prerrogativas da escola Cognitiva, o estrategista aprende com o tempo.
De acordo com esta Escola, as estratégias emergem quando as pessoas algumas vezes agem individualmente, mas na maioria dos casos coletivamente, aprendem com as situações vivenciadas. A administração estratégica deixa de ser “administração de mudanças” e passa a ser a “administração por mudanças”
O modelo básico da Escola da Aprendizagem consiste em considerar a descrição, em vez de prescrição, isto é, como as estratégias de fato se formam, e não como elas são formuladas.
Podem envolver aspectos como: liderar o sistema formal de informação; criar atenção organizacional; gerar credibilidade, mudando símbolos; legitimar novos pontos de vista; buscar mudanças; ampliar apoio político, superar oposição; estruturar a flexibilidade; desenvolver bolsões de comprometimento; empenhar-se em mudanças constantes.
As premissas da Escola da Aprendizagem são:
- A natureza complexa e imprevisível do ambiente da organização impede o controle deliberado. Assim, a formação da estratégia precisa, acima de tudo, assumir a forma de um processo de aprendizagem ao longo do tempo;
- Embora o líder possa aprender, e muitas vezes aprende, é o sistema coletivo que aprende. Na maior parte das organizações, existem muitos estrategistas em potencial;
- O aprendizado ocorre de forma emergente, estimulando o pensamento retrospectivo. As inciativas são tomadas por quem tenha capacidade e recursos para poder aprender;
- O papel da liderança passa a ser não o de conceber estratégias, mas de liderar o processo de aprendizado estratégico;
- As estratégias aparecem como padrões do passado, e, mais tarde talvez, como planos para o futuro. Mais tarde, possivelmente, podem aparecer como perspectivas para guiar o comportamento geral.
As críticas mais frequentes à escola do Aprendizado são …
- Um excesso de ênfase na aprendizagem pode servir para minar uma estratégia clara e viável;
- Incorrer em considerar o aprendizado como um Santo Gral, e sim como um direcionador, mudando, ocasionalmente, o direcionamento traçado;
- O truque não é mudar o tempo todo, mas saber o que mudar, e quando mudar.
Reflexões indutivas:
- sua empresa estabelece estratégias e não aprende com eventuais mudanças necessárias?
- sua empresa aprende com desafios e mudanças de ambiente surgidas?
- As lições de aprendizado estratégico em sua organização limitam-se aos líderes, ou se espalha por mais pessoas?
Nesta série de artigos estamos discorrendo sobre cada uma das escolas de forma mais detalhada. Na Figura 1 pode ser vista ao mapa mental com a série completa de artigos, e, para você poderá acompanhar semanalmente, às quintas-feiras.
Figura 1: Estrutura da série de artigos sobre o Safari de Estratégia e suas 10 escolas
Olá, klebernobrega, gostaria de ter uma compreensão maior sobre a escola de aprendizagem do livro Safári, já li o livro, porém não consegui compreende-lo de forma clara. Se poder me ajudar com alguns pontos como:
– Porque a essa escola existe?
– As principais características?
– Qual a diferença dela com as demais?
– Quais os objetivos da escola?
– Qual a sua finalidade?
– Quais as influencias que essa escola possui nas organizações?
obrigado pela atenção, Ranniel.