Você faz orçamento na sua empresa olhando pra frente ou olhando para trás? Você define suas metas baseando-se apenas nos resultados do ano anterior? Como você considera o futuro no ramo de atuação de sua empresa?

Esta foi a inquietação que Kaplan e Norton, autores do Balanced Scorecard, mais conhecido como BSC, que propõe que, uma organização que pretende ser sustentável no futuro, deve olhar além dos números financeiros.
Os autores chamam atenção para o fato de que os relatórios financeiros retratam o passado de uma empresa/organização. Isto é, os relatórios contábeis e financeiros tradicionais limitam-se a tratar o desempenho de uma empresa, seja para um mês, trimestre ou ano anterior.
As decisões baseadas apenas nos relatórios não impulsionam a empresa para o futuro. Por que não?
Por que apenas registram o que foi feito.
Então como podemos olhar para o futuro?
- Levando em conta outros fatores, além do financeiro, como as mudanças de mercado, sobretudo as perspectivas de evolução de clientes. Quais são os comportamentos recentes dos clientes no nosso segmento? Quais as tendências pro futuro? Como estão sendo os movimentos de outras empresas do segmento com relação a produtos e serviços? E como tem sido a aceitação do mercado em relação a este? Dentre os nossos produtos e serviços atuais, quais têm sido os mais promissores?
- Como os processos executados por nossa empresa tem impactado a satisfação de clientes? Que pessoas tem contribuído mais para os produtos e serviços mais promissores de nossa empresa? Existem novas tecnologias de processos que podem melhorar a qualidade drinque fazemos, reduzir nosso custo, aumentar nossa produtividade?
- Temos feito inovação, em produtos e serviços, que nos colocam como uma empresa inovadora? Somos uma empresa adiante do nosso tempo? Ou somos apenas uma empresa que se diferencia “pela qualidade do que fazemos bem”?
- Temos gente altamente qualificada conosco? Pessoas inovadoras, ou é “tudo gente competente, responsável, confiável – que faz um bom feijão com arroz”? Nosso pessoal está estudando, aprendendo, trazendo novas maneiras de fazermos aquilo tudo que já fazemos bem?
Se respondermos positivamente a muitas da questões acima, temos grande chance de estar impulsionando nossa empresa/organização, com grande chance, pro futuro.
Mas, se não tivermos como responder afirmativamente a muitas das questões colocadas nos últimos 4 parágrafos, é bastante provável que estejamos administrando muito bem nosso negócio, mas, se continuarmos administrando deste jeito, não teremos grandes avanços para comemorar nos próximos anos.
Assim, sempre que você estiver olhando apenas os números dos relatórios financeiros, procure refletir se você esta olhando, de fato para onde deveria estar olhando.
A imagem, no início do artigo, chama atenção para dirigirmos nossos negócios e nossa vida, com um olho no retrovisor e outro no que vem pela frente.
Reflexão oportuna no momento em que muitas organizações estão olhando a “crise” da União Européia que tem reflexos em todo o mundo e, assim, “cortando custos”… Percebo (pelo dia a dia de nosso próprio negócio) que os investimentos em desenvolvimento de pessoal estão bem abaixo de anos anteriores. Mas, é nessa hora de “crise” que os visionários olham para a frente e fazem os investimentos necessários para quando as coisas melhorarem (e vão, ou alguém duvida disso!!!???). E, ao fazerem isso, estarão dando um salto à frente quando as coisas melhorarem.
Essa também é a lógica do orçamento base zero, olhar os projetos estratégicos a serem implementados e destinar os recursos necessários. O BSC ajuda muito nessa hora, ao facilitar a focalização integrada do que é estrategicamente importante para a organização: quais são os processos-chave, qual o perfil de competências necessário ao pessoal, que sistemas de trabalho (conhecimento) devem ser desenvolvidos, qual a infraestrutura necessária à competitividade.