Você já reparou como as pessoas tendem, com frequência, a culpar o outro quando algo dá errado? Por que isto acontece? O que costuma acontecer, em sua empresa, quando as responsabilidades não são assumidas por seus profissionais?

Estamos, com alguma frequência, ouvindo pessoas justificando eventuais falhas alegando que aquela tarefa não era de sua responsabilidade, e que “a culpa não é minha!”
Reflitamos sobre algumas situações:
- Como é que fica o cliente que não recebeu a encomenda, diante do motorista que alega nada ter a ver com isto?
- Como é que fica o paciente, em jejum, aguardando a cirurgia, agendada para 6:00, quando já passa das 10 horas da manhã, diante da equipe que alega ser a demora devida a problemas administrativos?
- Que dizer para os passageiros se o ônibus não chegou para levá-los ao passeio programado? Que isto é responsabilidade da área operacional?
- Como justificar, para os alunos, o erro na digitação da prova, pois “é culpa da secretaria!”
Na verdade, estamos vendo, a todo instantes pessoas e empresas transferindo responsabilidades quando as coisas dão errado. Por que isto acontece?
Fatos como esses acontecem devido a:
- Ausência do sentimento de responsabilidade por parte de pessoas;
- Ausência de definição clara de responsabilidades, por parte das empresas;
- Não delegação de responsabilidades por parte de gestores, para com seus subordinados;
- Não acompanhamento de resultados, por parte dos profissionais, bem como de gestores;
- Definição imprecisa de indicadores para acompanhamento de resultados;
- Não definição de metas claras para cada processo ou profissional;
- E, por quê não dizer, a não aplicação de medidas claras e enérgicas, por parte de gestores, que mostrem às pessoas encarregadas de tarefas e resultados, o que se espera delas, e as consequências de se não honrar as responsabilidades de forma comprometida, assumida e aguerrida.
Quando falamos de Comportamento Servidor, citamos a Responsabilidade como um de seus primeiros elementos. Para servir, tudo começa com o sentido de responsabilidade, que depende, única e exclusivamente, de cada um.
Ter e agir com responsabilidade não depende de ninguém, a não ser da própria pessoa!
Lembro agora, de uma analogia que Philip Crosby, um dos principais autores do movimento da qualidade, ao responder à pergunta sobre o que é qualidade?
Disse ele, “Qualidade é como sexo:
- Todo mundo acha que entende, mas ninguém quer falar a respeito;
- Todos acham que para se dar bem, basta seguir o jeito natural das coisas, mas existem muitos enganos por aí;
- Quando acontece um problema, a culpa é sempre do outro”
Neste sentido, recorro a uma frase dita por José Sarney, enquanto Presidente do Brasil, referindo-se à elevada e continuada inflação daquela época (1985):
“Ninguém é culpado, somos todos responsáveis” (José Sarney, Presidente do Brasil)
Portanto, quando você ouvir o famoso “eu já fiz a minha parte”, tome muito cuidado. Este é o prenúncio de que vem pela frente omissão de responsabilidade e ausência de efetividade.
É possível viver sem assumir responsabilidade?
Só se fizer como cantou Gabriel, “vou pra longe, onde não exista gravidade; pra me livrar do peso da responsabilidade; de viver nesse planeta doente….”
De fato, a cultura dominante quando algo sai errado é achar o culpado (ou, se livrar da “culpa”). Isso fica muito evidente em acidentes aéreos: querem sempre culpar o piloto, o presidente da companhia, o controlador de voo… Mas essa também é uma indústria que sabe lidar muito bem com isso, ou seja, ao invés de procurar os culpados assume sua responsabilidade e parte para a busca das causas (que podem ser pessoas, é bom lembrar disso!), as encontra e age para que o problema (o efeito indesejado) não volte a ocorrer.
Belo artigo, espero que faça alguns (quiça muitos) repensarem sua atitude frente a situações indesejadas, frente a problemas.
Valeu, Robin. Belos comentários!
PROFERSSOR KLEBER ADOREI POIS É O QUE SE VER DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES. ALEXSANDRA PÓS- GRADUAÇÃO.