O Brasil está preparado para a Copa do Mundo? Faremos bonito? Faremos feio? O que as pessoas de mundo inteiro vão falar do Brasil?
Esta pergunta me foi feita, com alguma freqüência, nos últimos 4 anos, e eu sempre respondi que existem duas maneiras de respondê-la: do ponto de vista estrutural e do ponto de vista comportamental.
Do ponto de vista estrutural, sobretudo quando comparamos o nosso querido Brasil com outros bons lugares de se viver e visitar, deixamos muito a desejar.
Seja em temos de infra-estrutura, como estradas, vias urbanas, organização e limpeza, cidadania e respeito à movimentação de pessoas e veículos, rede hospitalar, aeroportos e outros terminais de transporte, seja em termos de serviços públicos, a sensação de qualidade, tranquilidade, segurança e mobilidade em viver e se movimentar pelo Brasil não é das melhores.
Quanto ao aspecto comportamental, existe algo de bom, apesar de tanta corrupção. Sempre disse, e tenho dito, que o jeito amigo, hospitaleiro,agradável e simpático, quando usado com honestidade e sinceridade, são qualidades reconhecidamente presentes no povo brasileiro, que, se bem aproveitadas, podem deixar boas lembranças naqueles que nos visitam.
Em outro artigo chamei atenção para vários aspectos que sabemos e podemos aproveitar de nossas características, enquanto povo alegre, bem humorado e prestativo, de modo geral.
Aproveitando a semana que inicia a tão propagada e divulgada copa do Mundo 2014, chamo atenção para um aspecto importante, porém nem sempre conscientemente presente, em quem recebe ou recepciona os que chegam.
Veja bem: o que é que toda e qualquer pessoa que chega, em qualquer lugar do mundo deseja sentir?
Ser bem recebido, ser acolhido!
Pois…
- Esqueçamos aquelas situações em que recepcionistas de hotéis nos cumprimentam até mesmo com educação, mas preocupados tão somente em confirmar a reserva, e nos encaminhar, mais que rapidinho, para um apartamento, sem nenhuma vontade de nos acolher como gente;
- Não nos consolemos com a recepcionista do hospital, que, mais que intencionada em proporcionar uma acolhida ao paciente que chega para internação, está quase unicamente devotada a confirmar a autorização junto ao convênio saúde;
- Rejeitemos as recepções frias e burocráticas de muitas instituições públicas, que muitas vezes afastam mais do que desejam vontade de fazer algo pelo cidadão ou usuário;
- Reclamemos de informantes, em agências de turismo, públicas ou privadas, que pouca ou nenhuma informação dão aos visitantes, como se tivéssemos a obrigação de saber tudo;
- Promovamos um “espalhamento” do sentido de acolhimento como uma maneira de promover o sentimento de bem estar em todos os que chegam, afinal, como você recebe um convidado para sua festa de aniversário em sua casa?
E, sem deixar de reconhecer que estamos deixando a deixar nas questões estruturais para receber convidados a uma festa, afinal, já às vésperas de iniciar a Copa, não há mais tempo de fazer o que não foi feito, nem de refazer o malfeito, proponho que nós, brasileiros, com esta qualidade de bem atender que temos, inata, acolhamos os que nos visitam. Como somos!
E, quem sabe, possamos causar uma impressão tão boa, pelo nosso comportamento de atenção, carinho, amizade, espírito de servir, desejo de ajudar e cuidar, e bondade, que os “gringos” sempre se lembrem deste lado bom e bem brasileiro!