Por que algumas empresas e organizações são verdadeiras servidoras de seus clientes e outras não? Por que algumas pessoas compreendem, decidem, agem e interagem, em prol de empreender, crescer, desenvolver, e outras ficam paradas no tempo, reclamando que os outros não querem, os outros não podem, os outros não agem? Até quando algumas pessoas e empresas, organizações, cidades, estados e países, vão ficar paradas no tempo, sem fazer nada para se melhorarem e melhorarem aos outros, e esperar que o mundo melhore?

Tenho convivido com este tipo de preocupação em minha carreira de consultor organizacional.
Às vezes soluções óbvias, adequadas, e, acima de tudo, necessárias, não são aceitas e implantadas.
Por vezes são alegadas razões como:
- Não temos tempo;
- Vai dar trabalho. Não dá para conciliar com o nosso dia a dia;
- Vai mexer com a cultura;
- Serão muitas atividades novas, e precisamos respeitar o que já temos de bom. Não podemos chegar mudando tudo;
- O projeto é muito bom, mas a estratégia não me parece adequada;
- Na minha área creio que vai funcionar, mas nos outros departamentos poderemos ter dificuldade;
- Isto pode funcionar em outros tipos de empresa ou organização, mas no nosso negócio, existem certas particularidades que tornam difícil a mudança proposta;
- Estamos ocupados demais. Temos muitos projetos em andamento;
De tanto ouvir argumentos como estes acima citados, já aprendi que:
- A alegação de falta de tempo é um disfarce para quem não quer, não tem disposição, não sabe ou nem tem a mínima vontade de aprender. Aprender é igual a viver, e aqueles que acham que já sabem tudo e não tem mais nada a aprender são pessoas que já desistiram de viver. Viver é aprender. Aprender é viver!
- Quem acha que vai ter trabalho em aprender um novo jeito de trabalhar, geralmente melhorando o que já se faz, é alguém que desconsidera a inovação, a evolução, a transformação de pessoas, organizações e sociedade. Imagine se ainda vivêssemos como vivem os índios;
- Qual a mudança que não mexe com a cultura? Mesmo no nível individual, só mudamos nosso comportamento de mexermos, ainda que pouco, em nossa cultura. A cultura, representada pelo conjunto de valores que temos e defendemos, rege o nosso comportamento;
- Sobre desprezar o que já se faz bem, loucura seria mudar esquecendo tudo o que já se tem de bom. A Reengenharia, que propunha isto, não durou muito, como metodologia de aperfeiçoamento organizacional. Mudar é evoluir o que se tem de bom, deixando de lado, algumas coisas que se tem de não tão bom;
- A alegação de que o projeto é bom, mas a estratégia precisa ser modificada pode ter sua validade, mas pode ser um “disfarce semelhante à alegada falta de tempo”. Pode, inclusive, estar relacionada à autoria ou iniciativa de um projeto – algo do tipo “se não fui o autor, não serei ator”;
- A alegação de que não funcionará nas demais áreas como na minha pode ser um dos mais disfarçados exercícios de falta de coragem para enfrentar um processo de melhoria;
- A alegação de que “nosso ramo é diferente” é a mais pura verdade. Claro que cada ramo de atuação, negócio ou organização é diferente. O que se há de fazer é compreender e ajustar. A vontade representa metade da solução de transformação de uma organização;
- A alegação de estar ocupado demais, uma das mais frequentes, é um outro tipo de “atestado de incompetência”. Você já parou para olhar, e percebeu que, de modo muito frequente, as pessoas e organizações mais ocupadas são as pessoas e organizações que mais evoluem?
Se você não quer/pode/consegue acordar para servir, pelo menos sirva para acordar!
Encerro aqui esta primeira parte do artigo sobre “Acordar para Servir”, visando manter o artigo num tamanho compatível com o padrão deste Blog. A segunda parte será publicada num segundo artigo, a ser publicado na próxima quinta-feira.
Complementando a série:
Estes dois artigos Acorde para Servir – partes 1 e 2, complementam a série de 10 artigos sobre Empresa/Organização Servidora, publicados sequencialmente segundo a figura a seguir:
