O que torna um pais mais desenvolvido, limpo, organizado que outro? O que podemos aprender com os mais velhos, que possa nos ensinar a sermos melhores? Qual o papel de jovens estudantes em fazer um país melhor?

Há pouco tempo conversando com uma universitária brasileira, recém chegada de um Intercambio na Espanha , discutíamos sobre as diferenças no ensino brasileiro e o daquele país.
Falamos sobre instalações físicas, métodos de ensino, uso de tecnologia, qualificação e experiência de docentes, entre outros assuntos. Entretanto, chamou-me especial atenção quando ela assou a discorrer sobre diferenças de comportamento dos alunos. Dizia ela:
- A sensação que tive é de que lá os alunos estão, verdadeiramente, interessados em aprender. mais que no Brasil, onde a sensação, muitas vezes, é de que a pessoa está ali sem saber exatamente por que ou para que;
- Enquanto no Brasil os alunos conversam durante a aula, na Espanha, se alguém conversar, atrapalhando a aula, os próprios colegas chamam atenção do aluno displicente;
- Na Espanha não se costuma usar caderno para anotações. Em vez disto, faz-se uso de notebooks e tablets. Porém, ninguém usa o equipamento para ficar “navegando a internet”, assistindo algum vídeo, lendo qualquer outra coisa, ou mesmo acessando redes sociais. Os notebooks e tablets são usados para registrar e acompanhar a aula que está sendo ministrada;
- Quando algum professor passa uma tarefa para a aula da semana seguinte, os alunos perguntam sobre algum ponto especifico do trabalho a ser feito. E, na semana seguinte, conforme solicitado pelo professor, todo mundo traz a tarefa feita. Aqui no Brasil, a tarefa é solicitada para 30 dias após: a primeira reação dos alunos é reclamar que não vai dar tempo. Poucos se concentram na tarefa a ser feita. Depois, perto do prazo, vêm os pedidos para adiar a data de entrega. E, no dia, vem gente com desculpa para justificar por que não fez;
- Quando existe um trabalho para ser apresentado, no Brail, o professor tem que indicar quantos alunos devem participar, e a sequência em que cada um deve participar. Na Espanha todos fazem questão de apresentar o trabalho, e há até uma certa disputa pelo direito de participar;
- Pouco antes de iniciar a aula, aqueles que chegam à sala se concentram em fazer alguma leitura sobre o assunto a ser ministrado. Onde ocorre isto? Na Espanha, é claro. Por que no Brasil, os poucos que chegam antes do horário se dedicam a conversar sobre os mais variados assuntos, menos o assunto da aula.
E eu fui anotando mentalmente essas pequenas diferenças hispano-brasileiras, entendendo, de certo modo, por que somos o que somos, e como somos. Enquanto a Espanha, apesar da siesta (intervalo para almoço que dura das 14 às 17 horas, em que praticamente nada funciona naquele país), e das dificuldades econômicas atuais, com seus cerca de 26% de desemprego, mantém-se um país limpo, organizado, culturalmente rico, onde serviços como o transporte público, estradas, atenção à saúde, entre outros, funcionam de forma organizada e continua, enquanto temos tanto a fazer no nosso querido Brasil.
Em nenhum momento deixo de gostar e apreciar o nosso país. Brasileiro que sou, e gosto ser, pretendo, com esta reflexão, apenas instigar nossa compreensão sobre como somos, e, principalmente, como podemos ser um país melhor!
Quando (repare que não uso o SE) nossos jovens tiverem mais atitude, seremos um país muito mais inteligente, competente e eficiente.
Poderemos ser mais criativos, positivos e ativos, fazendo do Brasil um país com mais seriedade, responsabilidade e efetividade.
Com o nosso humor e alegria, podemos canalizar nossa energia para sermos um país sermos o melhor lugar do mundo para se viver!
Excelente texto… esse é um dos retratos que podemos tirar de nosso país…Ainda que o acesso à universidade e a cursos de graduação aumentem de forma exponenciais, não siginifica que teremos um país mais culto ou melhor…
Acredito, Luiz Gustavo, que SEREMOS melhor em muitas coisas, mantendo o que já temos de bom. Obrigado por seu comentário.